quarta-feira, 9 de junho de 2010

Todo o tempo quanto houver pra mim é pouco* (*plágio). Diante de tantos planos, o tempo oprime Macabéa. Do amanhecer até o raiar do dia, ocupa-se em ouvir estrelas, observar o movimento das águas,  em observar o perigo que ronda a aldeia, flertando inconsequentemente com os soldados que passavam de navio vindo da américa. Isso, em 1945. As densas trevas da guerra não anuviavam as suas batalhas interiores.

Já adivinhava, sortidas vezes em agonia convulsiva, os amanhãs que se deslumbrariam adiante, diante do diário em branco.

Deixando para trás a vida, desvencilhando-se do desnecessário, desapegando-se dos supérfluos (cílios postiços, bandeiras da pátria amada, e cintos de castidade), naquele tempo Macabéa fez parte do grupo do construiu as pirâmides, foi uma experiência e tanto. Apesar de exausta, derrubou o muro de berlim e ainda deu uma mãozinha de tinta nas faixas pretas da calçada de copacabana.

Ultimamente está ocupada com um grande invento de autoria de um amigo seu - a construção do flyskate,
um locomotor que vai revolucionar o mundo dos transportes.

Vislumbra do seu pedaço de janela os apartamentos com cortinas, e uns seres etéreos limpando vidros e estendendo roupas nos varais. Era as empregadas domésticas e as donasdecasa.

Depois que desenhou alguns bizões nas cavernas de odorico, visitou o rei salomão e levou de presente um cd pirata do cleyto y cledir (o homem era louco por música gaucha) e ainda, um celular todo incrustado de macasitas. Assim era Macabéa naquele tempo, no Egito.

Tomava banho no açude no Orós toda tardinha, cantando com o Wagner (as velas do mucuripe, ai que saudade...)e junto com o rodrigo faro, está envolvida nos últimos arreglos para o programa ídolos na tv.

"Por trás de um homem de sucesso, sempre tem uma mulher bonita", assim dizia sua mãe. Desde então, perdeu as esperanças. Era muito feia, a pobre. O único adorno de que se valia para encobrir seus seios enormes e disformes era um casaquinho preto que ganhou do maotsé... tung!. Embromava.

Quando esteve no harem do rei assuero, quebrou-se-lhe o espelho. Foi quando virou Alice. O pais? Oras, o pais das macabéas.

O sórdido tempo roi-lhe agora as unhas, indiferente, as pernas fraquejam nas sete léguas que corre diariamente, always com seu diário nas mãos.

Sorry, Maca, o tempo é cruel.

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