Vós não sabeis o quanto
Essa agonia, essa ilusão
Tira de mim o sono
Me desarma
Mancheias se procuram
Acotovelam-se em leque
Nesta vã mansarda de alegrias
Mas não tendes a mesma fantasia
Formas e sede de alforria
Que ao meu ser encanta
E enerva
Sou e não ao tempo em
Que me inscrevo
Inútil, fútil, reino no absurdo
Etéreo, doce,
E fluido
Mundo de não ser
Que não é vosso
segunda-feira, 26 de julho de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
Portas
De onde
Se abrem
Para onde
Se fecham,
Para que
Servem?
Portas,
Que segredos
Despertam...
...Quê as faz
Tão belas?
Às vezes
Tenho ganas
De mantê-las
Fechadas
Às vezes
Tenho ganas
de mantê-las
(- Entre...!)
Abertas
Se abrem
Para onde
Se fecham,
Para que
Servem?
Portas,
Que segredos
Despertam...
...Quê as faz
Tão belas?
Às vezes
Tenho ganas
De mantê-las
Fechadas
Às vezes
Tenho ganas
de mantê-las
(- Entre...!)
Abertas
quinta-feira, 22 de julho de 2010
poema texto da tua fala II (O Reencontro)
Enquanto falavas, debruçava-me nas tuas palavras
Deliciava-me com os teus delírios.
Onde andavas, moço - que te conheci tao velho..? (rimos)
Enquanto falavas, o turbilhão aceso das tuas palavras
Mais que ácidos, mais que estrelas, estraçalhavam
O mínimo de consciência que restava.
Teus braços longos percorriam a toalha.
Dedilhavas uma música intoncável com teus dedos ágeis
Perdido em outras nuvens, outros amores (eu tambem de mim)
Homem alvo do cabelo ralo.
Desenho um tempo irrecuperável
Na marca de batons mutáveis da tua boca
Entre céus estranhos, climas, ruas, elementos diferentes.
Era então amor?
Pergunto:
Aquela sensação de ficar juntos, mãos sentadas,
Tamborilando bossa e balbuciando a letra da "nossa" canção...
O que nós chamamos fossa?
E enquanto falas, e ainda tamborilas
As palavras simples da canção aos meus ouvidos,
Penso que breve, muito breve, vamos nos amar de novo.
"Bate outra vez, com esperança no meu coração...
Pois já vai terminando o verão...enfim!"
Deliciava-me com os teus delírios.
Onde andavas, moço - que te conheci tao velho..? (rimos)
Enquanto falavas, o turbilhão aceso das tuas palavras
Mais que ácidos, mais que estrelas, estraçalhavam
O mínimo de consciência que restava.
Teus braços longos percorriam a toalha.
Dedilhavas uma música intoncável com teus dedos ágeis
Perdido em outras nuvens, outros amores (eu tambem de mim)
Homem alvo do cabelo ralo.
Desenho um tempo irrecuperável
Na marca de batons mutáveis da tua boca
Entre céus estranhos, climas, ruas, elementos diferentes.
Era então amor?
Pergunto:
Aquela sensação de ficar juntos, mãos sentadas,
Tamborilando bossa e balbuciando a letra da "nossa" canção...
O que nós chamamos fossa?
E enquanto falas, e ainda tamborilas
As palavras simples da canção aos meus ouvidos,
Penso que breve, muito breve, vamos nos amar de novo.
"Bate outra vez, com esperança no meu coração...
Pois já vai terminando o verão...enfim!"
terça-feira, 20 de julho de 2010
eu queria...sabe o que eu queria?
que a saudade
arrebentasse!
essa coisa dolorida
inferniza
eterniza a tristeza
mata aos poucos
filha de uma porca!
vai, saudade,
arrebenta
esse peito antigo
mata, assassina,
enfim
sem piedade!
enfia teu punhal,
sangra-me a 0,2 porcento
deixa-me asmática
anoréxica,
cachorra louca!
me vacina contra a raiva
me trucida com teus pés de aço
estraçalha, condenada!
só te peço, infeliz
do meu sistema linfático:
afinal,
tudo de uma vez!
que a saudade
arrebentasse!
essa coisa dolorida
inferniza
eterniza a tristeza
mata aos poucos
filha de uma porca!
vai, saudade,
arrebenta
esse peito antigo
mata, assassina,
enfim
sem piedade!
enfia teu punhal,
sangra-me a 0,2 porcento
deixa-me asmática
anoréxica,
cachorra louca!
me vacina contra a raiva
me trucida com teus pés de aço
estraçalha, condenada!
só te peço, infeliz
do meu sistema linfático:
afinal,
tudo de uma vez!
domingo, 18 de julho de 2010
a linda
ela era linda
bela, jovem e brilhante
seu celular não parava um instante
tinha amigos, dinheiro e saude a esbanjar
mas, se foi, pobre criança
para o mesmo buraco
que vai nos levar
bela, jovem e brilhante
seu celular não parava um instante
tinha amigos, dinheiro e saude a esbanjar
mas, se foi, pobre criança
para o mesmo buraco
que vai nos levar
seus olhos cegos
e brilhantes
nadavam
náufragos
na escuridão
braços caminhavam
e pernas
impeliam...
corpo ao nada.
destino ignorado
respirava
o ar pétrido
gélido da madrugada
nas mãos um saco de pão
e a bengala branca
o vento gelado
entumescia
donde lágrimas desciam
no rosto enrijecido
(feito Lázaro
fiz-me vento
ao seu lado)
e brilhantes
nadavam
náufragos
na escuridão
braços caminhavam
e pernas
impeliam...
corpo ao nada.
destino ignorado
respirava
o ar pétrido
gélido da madrugada
nas mãos um saco de pão
e a bengala branca
o vento gelado
entumescia
donde lágrimas desciam
no rosto enrijecido
(feito Lázaro
fiz-me vento
ao seu lado)
sexta-feira, 16 de julho de 2010
o cronista cansado
Entediado, inquieto, acuado, caminahando sem rumo entre os três metros quadrados de parede que o cercam, ele tem que exercer diariamente a sua função de cronista, mas hoje, especialmente hoje, não sabe por que. sente-se como um soldado que vai à guerra sem armas. Pergunta-se há quanto tempo isso vem acontecendo e com quê frequência.
Às vezes, quando está inebriado por algum licor, alguma dor ou alguma contradição ou sofrimento que o amor causa, o cronista escreve com facilidade. Mas, para desgraça do pobre homem, hoje o vazio é de dentro, de onde ele tenta buscar algo e não sai nada. Garimpa entre os pedaços de papel espalhados dentro dos bolsos, escritos em contracapas de livros lidos e relidos, alguma inspiração, algum mote, uma lembrança "quando eu era pequeno, na cidadezinha do interior, onde não havia água e o gado morria de sede..." um detalhe impulsor para a largada na corrida inglória.
Relê antigos artigos que talvez possam ser alongados, destrinchados, multiplicados, transformados, performanceados por novos personagens, mas a aridez da procura mais o enerva e contrai.
Telefona a um amigo para saber noticias, mas está tudo meio vago na sua mente, não consegue concentrar-se, e, daí, conclui: vai ter que debulhar seu próprio coração e confessar inconfessáveis, destrinchar a alma até então disfarçada por trás de cotidianos de outros, de pensamentos alheios, de vidas roubadas por escutar conversas nas mesas de bares.
Agora debruçado sobre o computador, as costas arqueadas, sem os óculos que acabou de perder na bagunça da sala, começou a escrever com os dedos retesados.
Hoje, meus caros leitores, não tenho nada a lhes contar. Hoje, quando o mundo parece acabado, terminado, e minha tarefa obrigatória tronou-se extremamente difícil, tenho que confessar com a força bruta que me impele em direção às teclas: estou vazio, que lhes posso dizer - vocês que esperam com avidez a alegria das minhas crônicas diárias, desse ser que sou tão descompromissado com as tristezas da vida , fútil e fazedor de risos?
Que caiu água fria da minha torneira? - que o chuveiro queimou, que sinto muito frio, e ainda estou enrolado no meu cobertor xadrez, sem forças para esquentar a água e tomar um café solúvel com o pedaço de pão amanhecido que espera em cima da pia - que não sonhei essa noite passada, que não amei na noite anterior, que não sai do casulo, que meus livros estaõ velhos e eu detesto pesquisa pela Internet, e que ninguem me ajuda, nenhuma inspiração divina ou algo que o valha. O pão olha para a minha cara amassada, que sequer lavei ainda, meus olhos ardem com alguma espécie de alergia, que...não sei.. - e o meu celular fica dez dias sem tocar...que vou e volto à rua, ao banco, à lavanderia, ao supermercado, à farmácia, e nada de novo, nenhum fato... Que a decadência das minhas letras já me estão anunciando um futuro amargo e sem pão adormecido?
Que dizer-lhes? Que ninguem me ama, ninguem me quer, ninguem me chama de meu amor, isso a Maisa já disse. Que o meu mundo caiu? Tambem ela ela já sussurra aqui nos meus ouvidos doces. Que tem dias que a gente se sente, como quem partiu...ou morreu, - o Chico, ah!, o Chico disse todas as minhas palavras.
Faltam dez linhas, o tempo suficiente para esquentar a água, tomar o meu café com pão, tomar um banho frio, escutar o Mano Chao:" ya estoy curado, anestesiado, ya he me librado de ti"...ah, meus caros, como falar com uma pessoa vazia como eu? A máquina brilha na sua tela e me cega, eu, velho bobo, como vou buscar futuro num passado tão distante? Ajudem-me, por favor: não me leiam, não me leiam hoje.
Às vezes, quando está inebriado por algum licor, alguma dor ou alguma contradição ou sofrimento que o amor causa, o cronista escreve com facilidade. Mas, para desgraça do pobre homem, hoje o vazio é de dentro, de onde ele tenta buscar algo e não sai nada. Garimpa entre os pedaços de papel espalhados dentro dos bolsos, escritos em contracapas de livros lidos e relidos, alguma inspiração, algum mote, uma lembrança "quando eu era pequeno, na cidadezinha do interior, onde não havia água e o gado morria de sede..." um detalhe impulsor para a largada na corrida inglória.
Relê antigos artigos que talvez possam ser alongados, destrinchados, multiplicados, transformados, performanceados por novos personagens, mas a aridez da procura mais o enerva e contrai.
Telefona a um amigo para saber noticias, mas está tudo meio vago na sua mente, não consegue concentrar-se, e, daí, conclui: vai ter que debulhar seu próprio coração e confessar inconfessáveis, destrinchar a alma até então disfarçada por trás de cotidianos de outros, de pensamentos alheios, de vidas roubadas por escutar conversas nas mesas de bares.
Agora debruçado sobre o computador, as costas arqueadas, sem os óculos que acabou de perder na bagunça da sala, começou a escrever com os dedos retesados.
Hoje, meus caros leitores, não tenho nada a lhes contar. Hoje, quando o mundo parece acabado, terminado, e minha tarefa obrigatória tronou-se extremamente difícil, tenho que confessar com a força bruta que me impele em direção às teclas: estou vazio, que lhes posso dizer - vocês que esperam com avidez a alegria das minhas crônicas diárias, desse ser que sou tão descompromissado com as tristezas da vida , fútil e fazedor de risos?
Que caiu água fria da minha torneira? - que o chuveiro queimou, que sinto muito frio, e ainda estou enrolado no meu cobertor xadrez, sem forças para esquentar a água e tomar um café solúvel com o pedaço de pão amanhecido que espera em cima da pia - que não sonhei essa noite passada, que não amei na noite anterior, que não sai do casulo, que meus livros estaõ velhos e eu detesto pesquisa pela Internet, e que ninguem me ajuda, nenhuma inspiração divina ou algo que o valha. O pão olha para a minha cara amassada, que sequer lavei ainda, meus olhos ardem com alguma espécie de alergia, que...não sei.. - e o meu celular fica dez dias sem tocar...que vou e volto à rua, ao banco, à lavanderia, ao supermercado, à farmácia, e nada de novo, nenhum fato... Que a decadência das minhas letras já me estão anunciando um futuro amargo e sem pão adormecido?
Que dizer-lhes? Que ninguem me ama, ninguem me quer, ninguem me chama de meu amor, isso a Maisa já disse. Que o meu mundo caiu? Tambem ela ela já sussurra aqui nos meus ouvidos doces. Que tem dias que a gente se sente, como quem partiu...ou morreu, - o Chico, ah!, o Chico disse todas as minhas palavras.
Faltam dez linhas, o tempo suficiente para esquentar a água, tomar o meu café com pão, tomar um banho frio, escutar o Mano Chao:" ya estoy curado, anestesiado, ya he me librado de ti"...ah, meus caros, como falar com uma pessoa vazia como eu? A máquina brilha na sua tela e me cega, eu, velho bobo, como vou buscar futuro num passado tão distante? Ajudem-me, por favor: não me leiam, não me leiam hoje.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Boa-noite, pessoa.
Não há a menor chance, pessoa.
Já sou página virada.
À noite, quando me deito
Fantasmas espantam meu corpo
Para um vazio ocaso.
E asas depressa me levam
Dispersa a um mundo distante...
Meu corpo fica aguado
Sem gosto, se sabe
(metafísica, a vida é curta,
andemos na passarela
com o mais extremo cuidado)
Sou feita de linhas tortas
Frases mal acabadas,
Sou uma estátua de sal.
Sensação estranha carmicome
Lenta, salga a minha carne.
E tem mais, pessoa:
- Eu não sei beijar!...
Já sou página virada.
À noite, quando me deito
Fantasmas espantam meu corpo
Para um vazio ocaso.
E asas depressa me levam
Dispersa a um mundo distante...
Meu corpo fica aguado
Sem gosto, se sabe
(metafísica, a vida é curta,
andemos na passarela
com o mais extremo cuidado)
Sou feita de linhas tortas
Frases mal acabadas,
Sou uma estátua de sal.
Sensação estranha carmicome
Lenta, salga a minha carne.
E tem mais, pessoa:
- Eu não sei beijar!...
bOA-TARDE, PESSOA
Ele é um motorista de táxi. Trabalha dez, doze horas por dia. Mora a quarenta quilômetros do seu ponto, de onde parte todos os dias santos e profanos e trabalha até a noite seguinte. Não tem fim de semana, nem feriado, férias, folga. Ela, uma artista fracassada em busca de refazer um passado. Eles se conheceram durante uma corrida de táxi. Chovia forte, ela fez o sinal e ele parou, e, no percurso de meia hora, trocaram todas as confidências - impossível! - que um casal de velhos costuma trocar. Foi uma conversa intensa sobre medos, casamento, filhos, esperança e solidão.
Ele disse:
- Vou te esperar aqui.
- Não, por favor, vou demorar muito...
- Não importa vou te esperar aqui.
A fonte, raiz, maiz, a gênese daquela história foi essa aí acima descrita.
Ele esperou, ela voltou e a conversa foi retomada com a mesma intensidade. Um encontro de solidões fortemente armado pelo "destino", ou pelo "acaso".
Ela disse
:
- Você não pode pensar assim, porque vai acabar tomando mais um decisão errada sobre a forma de vencer a solidão. Como outro relacionamento frustrado.
Intimidada pelas palavras que vulgarmente se chamam "cantada", veio o medo, a descrença, as esperanças incubadas num coração medroso, o desesperança de não saber mais amar, medo de ser traída, e - pasmem, de ser agredida, vítima de um bandido, de um psicopata (ela vê muito na tv). A mulher ja desconhece o corredor que leva ao pátio onde dormem os amantes, não compreende por que os homens não desistem do amor quando elas, por sua vez, pôem-no de lado, como numa prateleira, encostado esperando calmamente a vez que talvez não venha nunca mais. "Por opção", elas dizem. Pelo menos ela disse.
Ele prometeu levá-la ao Largo do Batata, ao shopping Aricanduva, ao Museu do Ipiranga, ao Bixiga, ao Bar do Damião comer baião-de-dois, e que ela não pagaria mais a corrida de táxi.o medo bateu desordenadamente dentro do coração dela, miudo, cheio de frio. O que ele terá pensado, estaria (ela) à venda, 18:47 (26 minutos atrás) excluir olga
O que ele terá pensado, estaria (ela) à venda, já teria um preço marcado na sua testa?
Ou seria mesmo a solidão desesperada que levou-o a confessar com uns olhos molhados, tão impulsivamente sobre uma atração fatal, irresistível de que estava tomado?
Seria verdade?
A mulher disse não e foi embora, triste, golpeada pela chuva fria e fina que ensopava seu rosto junto com as lágrimas.
Ele disse:
- Vou te esperar aqui.
- Não, por favor, vou demorar muito...
- Não importa vou te esperar aqui.
A fonte, raiz, maiz, a gênese daquela história foi essa aí acima descrita.
Ele esperou, ela voltou e a conversa foi retomada com a mesma intensidade. Um encontro de solidões fortemente armado pelo "destino", ou pelo "acaso".
Ela disse
:
- Você não pode pensar assim, porque vai acabar tomando mais um decisão errada sobre a forma de vencer a solidão. Como outro relacionamento frustrado.
Intimidada pelas palavras que vulgarmente se chamam "cantada", veio o medo, a descrença, as esperanças incubadas num coração medroso, o desesperança de não saber mais amar, medo de ser traída, e - pasmem, de ser agredida, vítima de um bandido, de um psicopata (ela vê muito na tv). A mulher ja desconhece o corredor que leva ao pátio onde dormem os amantes, não compreende por que os homens não desistem do amor quando elas, por sua vez, pôem-no de lado, como numa prateleira, encostado esperando calmamente a vez que talvez não venha nunca mais. "Por opção", elas dizem. Pelo menos ela disse.
Ele prometeu levá-la ao Largo do Batata, ao shopping Aricanduva, ao Museu do Ipiranga, ao Bixiga, ao Bar do Damião comer baião-de-dois, e que ela não pagaria mais a corrida de táxi.o medo bateu desordenadamente dentro do coração dela, miudo, cheio de frio. O que ele terá pensado, estaria (ela) à venda, 18:47 (26 minutos atrás) excluir olga
O que ele terá pensado, estaria (ela) à venda, já teria um preço marcado na sua testa?
Ou seria mesmo a solidão desesperada que levou-o a confessar com uns olhos molhados, tão impulsivamente sobre uma atração fatal, irresistível de que estava tomado?
Seria verdade?
A mulher disse não e foi embora, triste, golpeada pela chuva fria e fina que ensopava seu rosto junto com as lágrimas.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Bom-dia, pessoa;
7:30 da manhã, um frio...! Toca o interfone, ela acorda assustada. Estava sonhando com seu filho magro e alto que, no sonho esbarrava com ela na porta do banheiro durante o início de uma english class com Mr. Bryan, fazendo número e, ao lado, num apartamento que se vislumbrava muito bonito, pela tamnho da sala, cortinas brancas esvoaçantes nas janelas góticas, o pé direito altíssimo de onde luziam os lustres de cristal dependurados, alguns senhores elegantes fumavam charuto e um deles tocava ao piano uma música belíssima (Bah...?).
Na realidade, ela estava deliciada com a música e preferiria ficar ouvindo-a do que ao famoso " the book is on the table".
Porem, Mr. Bryan, com todo aquele charme, aquela elegância que lhe era peculiar, pois afinal o homem era made in England, fechou a esplêndida janela, ao tempo em que meneava um gesto com a longa cabeça de cabelos avermelhados,como que se desculpando aos vizinhos.
A música virou um som de interfone rouco e seco. Ah, som que odiava. E o seu filho tinha esbarrado nela, estava descabelado como quem acaba de acordar, com aquela cara linda e um sorriso. E a música (Bramas) que soava ainda aos seus ouvidos cheios de barulhos já do dia que tira a gente da cama, onde estava seu filho, os lustres reluzentes, Mr. Bryan, a música de Chopim...
Ela queria voltar para o sonho...
Na realidade, ela estava deliciada com a música e preferiria ficar ouvindo-a do que ao famoso " the book is on the table".
Porem, Mr. Bryan, com todo aquele charme, aquela elegância que lhe era peculiar, pois afinal o homem era made in England, fechou a esplêndida janela, ao tempo em que meneava um gesto com a longa cabeça de cabelos avermelhados,como que se desculpando aos vizinhos.
A música virou um som de interfone rouco e seco. Ah, som que odiava. E o seu filho tinha esbarrado nela, estava descabelado como quem acaba de acordar, com aquela cara linda e um sorriso. E a música (Bramas) que soava ainda aos seus ouvidos cheios de barulhos já do dia que tira a gente da cama, onde estava seu filho, os lustres reluzentes, Mr. Bryan, a música de Chopim...
Ela queria voltar para o sonho...
segunda-feira, 12 de julho de 2010
É muito triste estar (redundantemente) triste
Não perceber a alegria
Aonde ela se esconde?
Mas...E se essa tristeza
Passar de repente
E de repente (redundantemente)
Vier um laivo de alegria...ai, que maravilha!
Essa menina triste que me habita
Se alegraria toda cheia (redundantemente) de alegria
Quem sabe em um supermercado
Um lugar comum tão redundante nessa vida
Um espelho que reflete, uma figura bonita,
Um carrrinho de compras
Pode ser uma esperança
Olhos atentos na lista:
O suficiente de sobreviver
O pão, o vinho, a escova de dentes,
Lá (redundantemente) não se vende a alegria
Não perceber a alegria
Aonde ela se esconde?
Mas...E se essa tristeza
Passar de repente
E de repente (redundantemente)
Vier um laivo de alegria...ai, que maravilha!
Essa menina triste que me habita
Se alegraria toda cheia (redundantemente) de alegria
Quem sabe em um supermercado
Um lugar comum tão redundante nessa vida
Um espelho que reflete, uma figura bonita,
Um carrrinho de compras
Pode ser uma esperança
Olhos atentos na lista:
O suficiente de sobreviver
O pão, o vinho, a escova de dentes,
Lá (redundantemente) não se vende a alegria
domingo, 11 de julho de 2010
não muito longo poema sobre o frio
estou fria
não sei se é gelo
ou fantasia
de pinguim
?estarei morta?
não sei se é gelo
ou fantasia
de pinguim
?estarei morta?
domingo
não sei como vencê-los,
não sei...
primeiro, acordo
depois me desespero
fico na cama rezando
para que não seja verdade -
que não seja domingo!
Mas sempre é.
não sei...
primeiro, acordo
depois me desespero
fico na cama rezando
para que não seja verdade -
que não seja domingo!
Mas sempre é.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
cama mesa banho (ya estoy curada)
com forças que desconhecia
com a fúria dos ardentes
amei teus dedos quentes
deslizando debaixo dos lençois
amei-te na cozinha
na cama, mesa e banho
com requintes de sabedoria
fazia o bife e as batatinhas
na alegria e na dor
uma vez morremos juntos
(amei-te mais ainda!..)
tantos anos em letargia,
sem poesia, só te amava
minha parte gente entanto
morria doce/amarga
amei-te tanto e já de ti me esqueço
extenuada enfim
descanso
hoje me pergunto: em que cama
em que mesa, em que banho
regurgitando espumas
quanto: - me amavas?
com a fúria dos ardentes
amei teus dedos quentes
deslizando debaixo dos lençois
amei-te na cozinha
na cama, mesa e banho
com requintes de sabedoria
fazia o bife e as batatinhas
na alegria e na dor
uma vez morremos juntos
(amei-te mais ainda!..)
tantos anos em letargia,
sem poesia, só te amava
minha parte gente entanto
morria doce/amarga
amei-te tanto e já de ti me esqueço
extenuada enfim
descanso
hoje me pergunto: em que cama
em que mesa, em que banho
regurgitando espumas
quanto: - me amavas?
quarta-feira, 7 de julho de 2010
outsider
ponho o ponto antes de terminar a linha
costuro os versos apenas entrecheios
as palavras com carinho e desvelo
mas, num cálculo estranho e alheio
desenho os moldes de contagem
e os versos nunca vem a dois e dois
nem quatro a quatro e muito menos rimados
são linhas irregulares feitas geralmente muito mal
(feitas) - desenhos irregulares, modelados,
desequilibrados na forma, e no conteudo desigual
porque seguem os passos da minha alma, essa tão
descolorida e afeita a desconcertos...tão normal!
sigo os passos andarilhos de poetas vis perfeitos
que costuram em prosa e verso o que eu tento
absurdamente imitar no contexto da inveja
esse ser do bem/do mal.
Matem, joguem pedras aviltrem e desmantelem,
cusparadas e joguem na latrina dos poetas párias,
obreros itinerantes, pífios, ridículos e fracassados.
costuro os versos apenas entrecheios
as palavras com carinho e desvelo
mas, num cálculo estranho e alheio
desenho os moldes de contagem
e os versos nunca vem a dois e dois
nem quatro a quatro e muito menos rimados
são linhas irregulares feitas geralmente muito mal
(feitas) - desenhos irregulares, modelados,
desequilibrados na forma, e no conteudo desigual
porque seguem os passos da minha alma, essa tão
descolorida e afeita a desconcertos...tão normal!
sigo os passos andarilhos de poetas vis perfeitos
que costuram em prosa e verso o que eu tento
absurdamente imitar no contexto da inveja
esse ser do bem/do mal.
Matem, joguem pedras aviltrem e desmantelem,
cusparadas e joguem na latrina dos poetas párias,
obreros itinerantes, pífios, ridículos e fracassados.
terça-feira, 6 de julho de 2010
para que sujar as mãos de tinta
ou mudar os móveis de lugar
digitar as letras que não cabem
na garrafa
que vou me lançar ao mar...
para que mudar o rumo
prumo para o leste ou p´ro oeste...?
- tanto faz..!
poeira pairando sobre o pó
partícula pisoteada
quem me chama...
quem me implora, quem me clama
alem da morte... ?
ou mudar os móveis de lugar
digitar as letras que não cabem
na garrafa
que vou me lançar ao mar...
para que mudar o rumo
prumo para o leste ou p´ro oeste...?
- tanto faz..!
poeira pairando sobre o pó
partícula pisoteada
quem me chama...
quem me implora, quem me clama
alem da morte... ?
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Amei-te com umas forças que desconhecia
e com vísceras expostas entreguei-te pensamentos
os mesmos que usaste contra mim
Amei-te com a fúrias das ardentes
os teus dedos quentes deslizando debaixo do lençol
buscando o gozo, a alegria - satisfi tuas fantasias
Amei-te quando na cozinha,
no requinte da minha pouca sabedoria
fazia o bife à milanesa e as batatinhas
Na alegria e na dor, quando morremos juntos
ao caixão do nosso filho...amei-te mais ainda
Amei-te cada dia que passou e cada longo ano
extenuado na retribuição falha e desarmada
com que me mandavas "cala a boca"
Amei-te tanto que fiquei calada
Tantos anos em letargia, estagnação...sem poesia,
só te amava
Amei-te tanto, tanto que esqueci que existia
esquecia de me amar - ato falho da minha parte
Agora que não passas de lembranças agridoces
(doce/amargas) - sinto em calma absoluta,
Amei-te e já de ti me esqueço - que comidas,
que roupas eu passava, qual vassoura eu usava
pra limpar a nossa casa...?
e com vísceras expostas entreguei-te pensamentos
os mesmos que usaste contra mim
Amei-te com a fúrias das ardentes
os teus dedos quentes deslizando debaixo do lençol
buscando o gozo, a alegria - satisfi tuas fantasias
Amei-te quando na cozinha,
no requinte da minha pouca sabedoria
fazia o bife à milanesa e as batatinhas
Na alegria e na dor, quando morremos juntos
ao caixão do nosso filho...amei-te mais ainda
Amei-te cada dia que passou e cada longo ano
extenuado na retribuição falha e desarmada
com que me mandavas "cala a boca"
Amei-te tanto que fiquei calada
Tantos anos em letargia, estagnação...sem poesia,
só te amava
Amei-te tanto, tanto que esqueci que existia
esquecia de me amar - ato falho da minha parte
Agora que não passas de lembranças agridoces
(doce/amargas) - sinto em calma absoluta,
Amei-te e já de ti me esqueço - que comidas,
que roupas eu passava, qual vassoura eu usava
pra limpar a nossa casa...?
domingo, 4 de julho de 2010
Eu te amei, homem
Te amei com umas forças que desconhecia
e com vísceras expostas entreguei-te pensamentos
os mesmos que usaste contra mim
Amei-te doce, sincera e ardentemente:
os teus dedos quando deslizavam por debaixo do lençol
procurando o teu gozo, a tua alegria - satisfi tuas fantasias
Amei-te quando na cozinha,
no requinte da minha pouca sabedoria
fazia o bife à milanesa e as batatinhas
Na alegria e na dor, quando morremos juntos
ao caixão do nosso filho...amei-te mais ainda
Amei-te cada dia que passou e cada longo ano
extenuado na retribuição falha e desarmada
com que me mandavas "cala a boca"
Amei-te tanto que fiquei calada
Tantos anos em letargia, estagnação...sem poesia,
só te amava
Amei-te tanto, tanto que esqueci que existia
e esqueci de me amar - ato falho da minha parte
Agora que não passas de lembranças agridoces
(doce/amargas) - sinto em calma absoluta,
Amei-te e já de ti me esqueço - que comidas,
que roupas eu passava, qual vassoura eu usava
pra limpar a nossa casa...?
Te amei com umas forças que desconhecia
e com vísceras expostas entreguei-te pensamentos
os mesmos que usaste contra mim
Amei-te doce, sincera e ardentemente:
os teus dedos quando deslizavam por debaixo do lençol
procurando o teu gozo, a tua alegria - satisfi tuas fantasias
Amei-te quando na cozinha,
no requinte da minha pouca sabedoria
fazia o bife à milanesa e as batatinhas
Na alegria e na dor, quando morremos juntos
ao caixão do nosso filho...amei-te mais ainda
Amei-te cada dia que passou e cada longo ano
extenuado na retribuição falha e desarmada
com que me mandavas "cala a boca"
Amei-te tanto que fiquei calada
Tantos anos em letargia, estagnação...sem poesia,
só te amava
Amei-te tanto, tanto que esqueci que existia
e esqueci de me amar - ato falho da minha parte
Agora que não passas de lembranças agridoces
(doce/amargas) - sinto em calma absoluta,
Amei-te e já de ti me esqueço - que comidas,
que roupas eu passava, qual vassoura eu usava
pra limpar a nossa casa...?
beija flor beija
beija, flor, beija...
e a flor talvez te retribua
leveza que a flor inventa
que o amor inventa
que o amor acaba
desmancha-te
inventa um novo beijo
um amor novo
tira essa dor da cara
essa dor
de página virada
beija, flor, beija...
e a flor talvez te retribua
leveza que a flor inventa
que o amor inventa
que o amor acaba
desmancha-te
inventa um novo beijo
um amor novo
tira essa dor da cara
essa dor
de página virada
beija, flor, beija...
sábado, 3 de julho de 2010
Roubaram a minha fala
Roubaram a minha fala. Todas as palavras que eu ia dizer, já foram ditas. E repetidas.
Por isso me calo, recolho-me à minha insignificância poética. Mas não largo o cobertor quadriculado que me enrola. Sou poeta com frio. Não sobrou nada da bebida ardente que me aquecia. Pobre e só, resta aquecer-me os dedos no teclado macio, dedilhado com a ternura dos solitários de sábado à noite, e sonhar que sou poeta - talvez uma desculpa para esse abandono a que respondo com escárnio: e daí? Não será o sábado apenas outro dia, igual aos outros..?
Porque não vejo nada na rua, vejo apenas um muro enorme erguido entre mim e a alegria dos namorados, os beijos trocados nas mesas de bar, os sons erguidos para alem dos meus ouvidos, as conversas loucas, divertidas, dos que se encontram e se aconchegam nessas noites frias? Só por isso? Ou haverá mais um motivo escondido
por debaixo desse cobertor - um corpo frio, talvez desejando outro corpo no mesmo esconderijo (será)?
Mas sábado à noite não é hora de responder perguntas tão difíceis. Melhor não perguntar ao corpo, ele é malcriado, cheio de vontades.
Outros solitários me respondem em versos tão calados, tão pungentes. Sinto assim que não estou sozinha. Estou nesse mundo virtual onde passa-se o tempo enorme, tão vazio.
- Um chá? Pergunto-me e me respondo: não, obrigada! esse negócio de tomar chá enrolada num cobertor quadriculado parece filme, e não quero virar artista de filme de terror.
Por isso me calo, recolho-me à minha insignificância poética. Mas não largo o cobertor quadriculado que me enrola. Sou poeta com frio. Não sobrou nada da bebida ardente que me aquecia. Pobre e só, resta aquecer-me os dedos no teclado macio, dedilhado com a ternura dos solitários de sábado à noite, e sonhar que sou poeta - talvez uma desculpa para esse abandono a que respondo com escárnio: e daí? Não será o sábado apenas outro dia, igual aos outros..?
Porque não vejo nada na rua, vejo apenas um muro enorme erguido entre mim e a alegria dos namorados, os beijos trocados nas mesas de bar, os sons erguidos para alem dos meus ouvidos, as conversas loucas, divertidas, dos que se encontram e se aconchegam nessas noites frias? Só por isso? Ou haverá mais um motivo escondido
por debaixo desse cobertor - um corpo frio, talvez desejando outro corpo no mesmo esconderijo (será)?
Mas sábado à noite não é hora de responder perguntas tão difíceis. Melhor não perguntar ao corpo, ele é malcriado, cheio de vontades.
Outros solitários me respondem em versos tão calados, tão pungentes. Sinto assim que não estou sozinha. Estou nesse mundo virtual onde passa-se o tempo enorme, tão vazio.
- Um chá? Pergunto-me e me respondo: não, obrigada! esse negócio de tomar chá enrolada num cobertor quadriculado parece filme, e não quero virar artista de filme de terror.
poema tijolinho
hoje acordei-me michael jackson
cássia eller,acordei-me estrela ao
caos, riscas de giz, na minha tela.
o dia mal se apronta ainda negro
vai vestir-se logo mais de abacate
sei disso porque hoje acordei-me
estrela - o dia todavia dorme. seu
manto ainda cobre a janela - abro
aos pares o vento frio dói, magoa,
corta a escuridão. o dia me acorda,
cheio de surpresas(?) ah, quem me
quem dera ... é apenas mais um dia!
cássia eller,acordei-me estrela ao
caos, riscas de giz, na minha tela.
o dia mal se apronta ainda negro
vai vestir-se logo mais de abacate
sei disso porque hoje acordei-me
estrela - o dia todavia dorme. seu
manto ainda cobre a janela - abro
aos pares o vento frio dói, magoa,
corta a escuridão. o dia me acorda,
cheio de surpresas(?) ah, quem me
quem dera ... é apenas mais um dia!
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Não sou,
Mas o meu feitio
Talvez restabeleça
Algum olhar profundo
E resista
Algum lampejo
Que, a olho nu,
Você talvez não veja
Enquanto eu fora um mistério,
Tudo bem
Pero ya no soy...
Que mais tu queres,
Anjo Meu?
Que volte o tempo?
Naõ carece.
Que meus olhos brilhem como
os teus?
Um dia a podridão
Comerá teus olhos
Teus belos ossos...
Como comerá os meus
Mas o meu feitio
Talvez restabeleça
Algum olhar profundo
E resista
Algum lampejo
Que, a olho nu,
Você talvez não veja
Enquanto eu fora um mistério,
Tudo bem
Pero ya no soy...
Que mais tu queres,
Anjo Meu?
Que volte o tempo?
Naõ carece.
Que meus olhos brilhem como
os teus?
Um dia a podridão
Comerá teus olhos
Teus belos ossos...
Como comerá os meus
Assinar:
Postagens (Atom)