quarta-feira, 30 de junho de 2010

nnão consigo transmitir

nem por via aérea,
correio elétrico, eletrônico,
internáutico...
sinais de fumaça
braile e linguagem das mãos
barquinho de papel no lago
garrafa jogada na praia
não consigo me expressar

no escafandro da minha cabeça
rolam mil idéias e palavras
passa o boi passa a boiada
mas não consigo engendrar os versos
nem tampouco os textos:
as palavras dançam,
serpteiam, dão a volta e saem do outro lado...
como as ruas de são paulo -
ah, miseráveis!...

pinto telas, jogo fora,
escrevo papeis que voam pelas janelas
vazia, inerte, dolorida em partes
jogo em lixos estranhos os pedaços
do que seria minha criação
em partos induzidos e cezarianas ocas,
vazia, estranha, liberada à posteridade
entregue à multiplicação
de uma mente estagnada

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