quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

AS QUATRO ESTAÇOES (da primeira vez que viu o mar)

as quatro estações - da primeira vez que viu o mar


De frente para o oceano, o cheiro de maresia forte inebriando suas narinas, sentia-se azul, como que embriagada no embalo das ondas que olhava fixamente.

Uma parte do mundo coberta de água, aquela espuminha branca, o esverdeado misturado ao azul celeste, o ritmo que levava e trazia as ondas, até ali, até ali... e nada mais...espetáculo!

Cairam lágrimas dos seus olhos que nunca tinham visto o mar.

Tirou o casaquinho preto e deixou-o sobre a areia branca para descansar das andanças.
Chegou mais perto e o contato com a água fria provocou-lhe um arrepio subindo pelas pernas, - delícia!

Era de novo a menina encantada. Soltava gritinhos de alegria, pulava e salpicava com as mãos os amigos invisíveis que sempre a acompanhavam, principalmente nos momentos de alegria.

Seu vestido de malha estava completamente molhado e ela se sentia primavera, verão, outono e inverno.

A água já lhe subia pelas pernas, coxas, fria, gelada, banhando aquelas partes escondidas na calcinha branca.

Sentiu-se terna, aquecida e explicitamente excitada enquanto o líquido invadia os seios mornos e inundava de ternuras seu pescoço.



Colheu com as mãos em concha aquele azul doce, molhou o rosto e os cabelos, e a espuma fazia-se branca forma de sapato nos seus pés.

Estava tão feliz...nem percebeu que a cena chamara a atenção de um homem que se postara a seu lado admirando a beleza pura e simples da cena de quem nunca tinha visto o mar.

Fora amor à primeira vista.

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