quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando a menina-coisa virou mulher-objeto começou a escrever uns versinhos, umas coisinhas que postava numa comunidade onde havia gente muito interessante, gente nada interessante, gente arrogante, e gente com varias personalidades (o que na comu chamam "fake"). Certamente ela estava encaixada numa dessas categorias ou senão em todas.




A editora devolveu-lhe os papéis digitados em fonte Roman 12, e disse-lhe rispidamente: - De quinta categoria! Assim mesmo, sem dó nem piedade.



A mulher - vamos dar um nome à criatura: Macabéa Alice, não se importou muito. Ela sempre soube disso. Os professores diziam: menina, continue escrevendo, ela rasgava. Os cadernos cheios de poeminhas rimados que ela aprendia a fazer na escola com aquela professora de Português, Tania, rasgava todos, às vezes até queimava. Daquele tempo, já tinha instintos autodestrutivos. Coisas de menina-coisa.



"O público (alvo)*sentido amplo, prefere poemas eróticos-sensuais, com toques pornográficos, alguns palavrões ou insinuações explícitas (existe?). Querem cenas de cama, mulheres ardentes e violêntas, poedrosas, Nada dessas meninas meiguinhas que vem do interior, etc, etc, isso é lixo. Realmente, seu estilo é meio ruinzinho: Um dia ela é escritora na variedade poesia, outro dia escreve contos (que são chamados nanocontos, o que até hoje não entende - deve ser questão de espaço na comunidade), e outro dia qualquer ela tem uma espécie de diarréia verborrágica, despeja um conjunto de palavras que desencontradas formam uma visão até, por que não dizê-lo, ó céus - profunda da forma como ela se vê. Centrada em si mesma, nada de poesia social, feminista. Nada. A menina-coisa só escreve para não morrer mais cedo do que o previsto nas contas do Diabo.

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