sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Não é mentira que tenho um corpo inflável.


E nem é mentira que tenho um papagaio de plástico.

Não é mentira que preciso, como uma criança de um bichinho de pelúcia.

Nem tampouco é mentira que o corpo do avesso é melhor do que o de direito.

Nem mentiras são as verdades que exponho com duplos sentidos, e me falo.

Nunca é mentira quando falo de Elisa, de Teresa, Macabéa ou Doralice.

Tenho duplos, e tenho medos, e tenho dor de barriga, e tenho amigos, fome e sede.



É tudo verdade quando se trata de uma mentira bem feita.

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