segunda-feira, 2 de agosto de 2010

hehehe... eu tenho um papagaio de madeira... fica lá na minha sacada... as vezes até eu me espanto pensando ser de verdade. Imagine os passaros que passam por lá...hehehehehe fico pensando o que os pobres passarinhos pensam, tipo: o beija flor entra no jardim e pensa que patso de passaro é esse que não se mexe, não canta, não beija flor! Cada uma! hehehehe. Então... o principe foi embora... vou contar o plano. Ela sabia que ele iria... apesar de não suportar a ideia, era assim que tinha que ser. maca sabe tudo de si(inconscientemente).


Olguita vamos combinar... vc escreve sobre maca e eu explico tá! hehehehehe

sempre bom ler maca. Ah! Sim... acuspida de lado foi acompanhada de uma bela coçada nas regiões baixas. hehehehehehe 30 jul (3 dias atrás) excluir olga

Quando Macabéa entrava em casa não se ouvia ruído nenhum. A casa era um silencio mortal. Depois que ela comprou seu pássaro de plástico, agora a casa tem vida. O bicho espera ela abrir a porta da cozinha, e alí está, com seu canto receptivo. Ela está apaixonada, e quando não canta, o pássaro, Maca pula, pula na frente dele até ele fazer aquele ruído mecânico parecido com um canto de gralha (talve tenha comprado o pássaro errado). Não importa, mesmo assim ela está apaixonada.



E pede que Deus ponha na sua conta a inocência de gostar tanto de pássaros. 31 jul

E pede a Deus que ponha na sua conta tambem o amar o cheiro das árvores depois da chuva, o barulho do mar, as ondas batendo e voltando para o seu lugar de origem "daí não passa", a maciez do beijo de mãe que nunca teve, um abraço apertado de pai que nunca deu, até por ser desajustada Macabéa pediu perdão a Deus.
Por se sentir só, quando Ele estava à disposição. Mais perdão.

Resolveu escrever um anúncio no jornal. Não, não era uma procura de Deus através dos classificados, nem tampouco um pedido de emprego. O anúncio trataria de uma espécie de proclamação à vida "que poderia ter sido e não foi".

Amem.

vade retra, Maca.

Domingo acabando. Por fim. O fuso horário de Maca alterou-se ontem à noite. Lembranças, velhos amigos, muitos desconhecidos, resultado: domingo na fossa. Alem da ressaca, ainda teve que lidar com o desconforto de uma chuveiro gelado. Queimou a resistência. Ah, nessas horas como faz falta um homem, como faz! Num instante ele trocaria a resistência, enquanto você segura a escada e ouve milhões de xingamentos contra o maldito chuveiro. Mas tá aí a água quente de novo.



Outro detalhe em que o homem faz falta no domingo: o futebol na tv. Ai, que saudades daqueles gritos de "porra! vai lá, cara! chuta! - putz (etc, etc) cara burro, até eu faria esse gol, juiz safado, filho da p...."



Mais um: macarronada. Hoje, por exemplo, comeu miojo a pobre Maca. Nada daquele panelão cheio de molho, e ainda, salada de entrada. Nada de cerveja tomada na lata, aquela toalha xadrezada na mesa enorme da cozinha, Filhos, sogra, genros e noras, e netos...ah, os abor dos netos...!



Mas, que história é essa Macabéa?, tu nunca tiveste filhos, nem marido, nem sogra, nem cunhadas, nem netos tu tiveste, infeliz! Pega teu vinho barato, toma de um gole só no copo de requeijão (herança do antigo morador), veste a camisola de flanela e vai dormir, desgraça. 20:21 (10 horas atrás) Ingrid

Sempre te lendo, gosto demais. Sabe querida amiga, aprendi a instalar chuveiros.bjs 20:30 (9 horas atrás) Véio China Ψ

hahahahahahaha.



Olguita, misborrachei de rir aqui.



O pássaro de plástico foi um must.



Mas..esse domingo e daquilo que poderia ter sido foi demais.



Hilário!





hehehehehehehehe



É impossível não te ler!!!



hehehehehe 01:09 (5 horas atrás) Creito

eu só sei dizer que te amo, e isso não é atoa...rsrs



eu gosto muito da sua forma de expressar, da sua forma de ser...

é uma grande, grande pessoa.



adoro, você, macabéa... =]



beijo óga, um dia vo te ver. 06:12 (16 minutos atrás) excluir olga

Macabéa estava linda. Tanto que quando chegou à padaria para o seu sanduiche diário de mortadela as pessoas se viraram para vê-la com sua botinha bege, o casaco novo (bege), e uma echarpe colorida linda, linda. Tinha batom na boca e um olhar cheio de música. Como sempre, cantava para dentro. Um homem ao lado comentou: música antiga, mas ficou ouvindo.

Não que ela cantasse alto, mas ele ouvia. Um caso raro de sintonia musical. Quando ela saiu, depois de tomar seu suco com sanduiche, ainda ouviu uma voz gritando: Macabéa!

Alguem a tinha reconhecido, não das novelas, mas dos sanduiches de mortaleza (desculpem a rima, mas naquela hora ela ainda era poeta. Apressou o passo, antes que a alcançassem e correu para o abrigo da sua kiti.
Ligou o computador, passeou pelos emails, pelos bate-papos, foi parar no velho orkut. Há três dias sua página continha 1443 recados. Nenhum recado novo. Nas comunidades, muita poesia. Estava farta de poesia. Achava que o tempo não estava para poesias. Nuvens negras cobriam os céus de textos.



E foi assim que ela desistiu de ser poeta.
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Ela foi criada a seco: no sertão dos Inhamuns. Água de pote, essas coisas que todo mundo está cansado de saber. Mas foi criada a seco de carinho de beijos de abraços.

Quem a vê hoje não acredita que teve bicho-de-pé, piolho, empinge, papeira, foi mordida por cobra, rato, e as baratas caminhavam nos cordões da rede.

Mas a maior secura que deve ter sentido foi a secura de carinho. Quando nasceu, sua mãe, com aquela caracteristica nordestina de ter filhos um atrás do outro, tinha três bebês. Eram como se fossem trigêmeos tão pequena a diferença de idade entre eles. E o pai nem olhou na sua cara de joelho (só nariz, repete a mãe até hoje), porque queria era mais um filho macho.

Talvez precisasse gritar muito para conseguir um peito, ou ficasse molhada muito tempo antes que a mãe pudessse vir trocar-lhe as fraldas. Mas no sertão é assim mesmo. Filho é quase como mais uma lagartixa na parede. Sobrevivem. Secos e grudados até que se mudem para a cidade grande. Isso não mudou, nada, meu deus? Continuam por aí, espalhados pelo mundo, grudados em palafitas e caixas de papelão. E ela se perguntava há muito tempo atrás: que fiz eu da minha vida. Ora, veio para a cidade grande. Então, seus parentes comentam não sem um certo ar de orgulho e condescendência: ela foi embora pra São Paulo. E os outros que querem vir (ainda doce ilusão), ficam imaginando a vida de glamour e liberdade que a a artista fracassada (ei, eles não sabem disso)deve estar vivendo na grande cidade. E bate a inveja e bate o telefone: "menina, ai como eu gostaria de ter a tua coragem!"

Estão sabendo de nada. 

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