quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bela Cintra

Então...passo do cálice ao vinho. Erguem-se brindes à minha volta, e fico muda. É uma festa, há pessoas e comidas e bebidas. Repito para convencer-me, alguem escuta: - é uma festa!. É, M.A.J.M, é uma festa.

Visto o vestido de cor bronze-dourado, na útima moda, arrepio os cabelos e ponho bastante laquê, e já estava lá.

- Saúde! Saúde! Invocam aos deuses, como se fosse verdade.

Empurro os olhos em direção ao colo do meu vestido bronzeado e fico triste. Ninguem percebe, mas eu continuo triste até não dar mais. Então, saio à francesa (ninguem viu)

Na rua, um táxi me espera. Escolho o primeiro da fila, como se fosse algo inédito (eu sempre esqueço essa história de filas, não nasci para entrar nelas). O jovem pergunta:
- Onde vamos, senhora?
- Ahn?
- Onde a senhora quer ficar?
- Ficar? Ah, sim, pode pegar a Bela Cintra.
Logo logo estava em casa. Pendurei o vestido bronze no cabide de lavanderia, de ferro,
e fui dormir toda maquiada. Isso é festa, então, dormir maquiada.

Nenhum comentário: