terça-feira, 10 de agosto de 2010

Macabéa, a Farsante

Foi enfim desmascarada. Nao é nada do que dissera: nem pobre, nem feia, nem aleijada. Sobra-lhe tempo e dinheiro, é uma farsante, talvez tenha usado drogas.
Atualmente, vive em um pequeno palacete doado por um de seus amantes ricos, tem jóias, carro vermelho-sanguíneo e já cometeu o crime de colocar um pouquinho de botox.

Na verdade, é uma escritora famosa, premiada num exterior longíncuo e esconde o currículo para que ninguem saiba. É membro de uma Academia Feminista de Letras, dirige espetáculos pseudosbarraintelectobarramusicais, canta, dança, toca piano e violão.

Reune a nata da intelectualidade paulista contemporânea no seu mini-palácio onde todos bebem vinhos chilenos, franceses e alguns brasileiros indicados pelo Ronnie Von, convidados geralmente sofisticados que fumam charutos cubanos e perfumes de primeira linha, na verdade, intelectuais, a cúpula da PUC, políticos em ascenção, jornalistas em ascenção, todos assentados em almofadas de seda marroquina, incenso exalando ares benéficos, petiscos exóticos - como os asiáticos grilos fritos ao molho shtywbernh, e algumas cositas importadas por outro amante que é comissário de bordo  de uma empresa aérea. Gatíssimo.

Mais, muito mais, descobriu-se sobre ela: que vive de 30 porcento de uma quantia razoável  e vislumbra o aumento desse percentual para um futuro a curto prazo.

Mais, muito mais: que é cleptomaníaca, pelo visto, dado que roubou um par de óculos escuros e um maço de cigarros, quando já havia decidido parar de fumar.

Tem um príncipe secreto secretíssimo que é, na verdade, o sustentáculo, o mote, a inspiração da literatura que faz e manda aos ares.
Escreve aos pares e despacha pelo ar.
É isso. E tem mais.

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