quarta-feira, 7 de julho de 2010

outsider

ponho o ponto antes de terminar a linha
costuro os versos apenas entrecheios
as palavras com carinho e desvelo
mas, num cálculo estranho e alheio
desenho os moldes de contagem
e os versos nunca vem a dois e dois
nem quatro a quatro e muito menos rimados

são linhas irregulares feitas geralmente muito mal
(feitas) - desenhos irregulares, modelados,
desequilibrados na forma, e no conteudo desigual
porque seguem os passos da minha alma, essa tão
descolorida e afeita a desconcertos...tão normal!

sigo os passos andarilhos de poetas vis perfeitos
que costuram em prosa e verso o que eu tento
absurdamente imitar no contexto da inveja
esse ser do bem/do mal.

Matem, joguem pedras aviltrem e desmantelem,
cusparadas e joguem na latrina dos poetas párias,
obreros itinerantes, pífios, ridículos e fracassados.

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