Amei-te com umas forças que desconhecia
e com vísceras expostas entreguei-te pensamentos
os mesmos que usaste contra mim
Amei-te com a fúrias das ardentes
os teus dedos quentes deslizando debaixo do lençol
buscando o gozo, a alegria - satisfi tuas fantasias
Amei-te quando na cozinha,
no requinte da minha pouca sabedoria
fazia o bife à milanesa e as batatinhas
Na alegria e na dor, quando morremos juntos
ao caixão do nosso filho...amei-te mais ainda
Amei-te cada dia que passou e cada longo ano
extenuado na retribuição falha e desarmada
com que me mandavas "cala a boca"
Amei-te tanto que fiquei calada
Tantos anos em letargia, estagnação...sem poesia,
só te amava
Amei-te tanto, tanto que esqueci que existia
esquecia de me amar - ato falho da minha parte
Agora que não passas de lembranças agridoces
(doce/amargas) - sinto em calma absoluta,
Amei-te e já de ti me esqueço - que comidas,
que roupas eu passava, qual vassoura eu usava
pra limpar a nossa casa...?
segunda-feira, 5 de julho de 2010
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