sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Apelo

Sei na nítida nobreza
desse teu semblante
da saudade que persiste,
e embora abundes em sorrisos,
festas e afazeres...
no teu peito
cala, com certeza,
essa mesma amargura
que corroi meu canto
num desejo insatisfeito

E o teu olhar de desprezo
arrepia entranhas
e atinge as vísceras
derramadas em carne e osso
vulgarmente ao solo
da minha estupidez

(Misericórdia, imploro!...
inutilmente!...
nada te emociona
do que vem de mim)

Nesse apelo explícito e manso,
quero...
e despejo em versos e lamentos
nos papeis que vejo
o desencanto... a nostalgia,
claro desespero que arrebenta
e desfaz as incertezas de
não ser a dona desse teu desejo

O medo implora em último
arrebatamento:
descansa em mim tuas mãos
ungindo-me tua calma mansidão,
e ama-me!

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