quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Home sweet home

Cheguei em casa. Lar, doce lar, o que me resta. E, para espanto de todos, é doce mesmo, é lar mesmo: há roupas de molho no tanque, o lixo ainda está no baldinho, não tem nada comestível na geladeira, alguns pares de sapatos se amontoam na sala, a tv ficou ligada, a toalha branca está suja de rímel, a escova de dentes jogada na pia do banheiro. As janelas abertas, o computador empoeirado (vida curta), uma lata de red bull vazia em cima da mesa de jantar,
um pano de chão enegrecido de sujeira na entrada da cozinha, alguns copos para serem lavados, bananas podres fedendo em cima da geladeira. O par de tênis preso à janela com prendedores azuis, postos a secar.
Nada insólito, à exceção de um odor desagradável (leia-se cheiro ruim) saindo do banheiro que não é lavado há ages. Água sanitária resolve. Tchum e tchum. Banheiro lavado.
Não quero tomar banho hoje. Não vou tomar. E que se dane o mundo e seus conceitos estranhos de limpeza. Quero ficar suja, e daí? Quem me impede?
E não vou sair para comer, vou dormir com fome, quem me impede?
Ademais, tomei uma solene decisão: ninguem virá à minha casa. Se alguem telefonar, tipo assim: estou indo aí te visitar, vou responder simplesmente: venha não, estou de saída.
Vou criar baratas, adotá-las, por-lhes nomes e criá-las até à universidade. Formigas, de monte, serão minha legião de assistentes.
Vou virar uma ermitã, e vou criar lagartixas, essas coisas asquerosas que se esqueiram pelas paredes.
Ratos...? Never!
O sacrifício talvez me satisfaça. Talvez valha a pena...

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