quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Escorrem dedos pelas minhas costas, enquanto finjo. Caçando minha alma ancestral, nem desconfiam que sou lama. Não me toquem! Seus dedos gordos e seus lábios úmidos escorrem em meus braços; de qual planeta estão vindo? De Marte? Mas eu sou de Vênus. Não me toquem! Vivi no seu planeta durante algumas décadas, por isso estou sabendo.

Corpos.

Agora está difícil o salto, o peso que carregamos é enorme. Enorme. Que fazer com corpos tão pesados? Suas demandas de desejo, de socorro, de amparo, de sonho, de carícias?...Há, no entanto, um corpo vazio que cai, sempre à beira de algum precipício: você. Corpo ôco, fica no limite entre o consciente e o inconsciente, que a gente sabe que existe e é a razão do inconsciente, que, por sua vez é a razão mais lógica do sonho.

Você.

Tua alegria me perturba como se fosse tolice. Talvez num pouco de seriedade pudesses encontrar o sentido da vida. A lucidez talvez incorporasse a razão. Tú foges.

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