terça-feira, 13 de abril de 2010

QUEM É, AFINAL, MACABÉA?

Macabéa, Béa, béa, sou eu. Mas pode ser você. Há outras, não me importo, sejam! Se quiserem o meu nome, sobrenome, a minha roupa, os meus desastres, minha pompa e circunstância, meu avessos, minhas letras, tudo se los doy!




Nada mais importa diante de um nome que não tem pai, parentes, amantes ou dinheiro...de que serve? Aflito, o espelho não responde nem dá tréguas ao tempo como fez com Dorian Gray. Levem-me aos mares, aos desertos, bebam água, matem a sede, tirem de mim a alma, mas o corpo não me levem.



Deixem-me aqui para que os ratos roam, os insetos comam, os homens se deleitem.

Deixem o que me resta. Em meio às feras no zoológico humano, Macabéa, Béa, béa, soy Yo! Pero declino. Usem e abusem do poder de Macabéa essa moça que já foi mocinha, cinco vezes anistiada, tantas vezes foi amada, sem perdão.



Macabéa não confessa bajo tortura, toca piano a quatro mãos. É a vida, Macabéa, Béa béa. Essa sou eu. Mas pode ser você, fique à vontade.

è Grey ou Gray? rs 11:15 (32 minutos atrás) excluir olga

Não importa, Dorian é cinza, Macabéa é preta. De fuligem humana. Coberta. A mínima réstea de luz comporta a sua escrivaninha. Escreve compulsivamente e não tem tempo para o pensamento. Macabéa é meio alfita, meio urgente e histérica. Há nela traços de esquizofrenia aguda, disfarçada pelos trapos que carrega, como um casquinhho preto debaixo do braço. Não é difícil reconhecê-la nas ruas porque está sempre gritando aos transeuentes alguma loucura qualquer que lhe vem à mente. Mente? Não, não há mente. So um vazio estereotipado (que é isso

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