terça-feira, 2 de março de 2010

aspirar as asperezas da tua pele
desenhar entre teus pelos excêntricos arcoíris,
sentir o cheiro de lembranças inventadas
rolando no teu o meu peito em desafio,
lábios percorrendo núbias estradas
convocadas pela tua urgência.

o mais denso, o mais fino labirinto,
mais felino encanto,o mais louco espamo,
um lamento...?
o gozo que a minha alma sente,
terna e tensa que se sabe a amada ausente,
teu hálito soprando ao seu ouvido.

dá-me, oh!, as fissuras do teu pensamento,
preenche esse abraço de versejos,
de poemas desenhados em vento.
escreve, deserto de atacama,
verão de ipanema,
chuva de inverno, dor de cotovelo,
apraz-te, ai!,
e toma-me, madura e flor tremente,
tola e loucamente
como se fôramos os jovens de antigamente.

e no final do dia ateu e rude,
deposita por favor um ósculo amante
e rival da sombra, em mim, tua semente.

Nenhum comentário: